Gente que faz a diferença

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Anna Jankov

ARTISTA PLÁSTICA

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Anna Jankov | Fotografia: Estúdio Revista Angel 

Anna Jankov é artista plástica. Utiliza, em suas obras, a técnica 3D, desenvolvida por ela. “Ninguém que eu saiba, trabalha dessa forma. Consiste em sobreposição de materiais dos mais diversos tipos, criando uma ilusão óptica. Uma viagem pela íris humana”.

Começou a estudar desenho e pintura aos 5 anos. Morando em São Paulo, desde 1977, Anna trabalha em seu ateliê e galeria de arte, na capital. O processo criativo nem sempre segue um roteiro. Matemática, anatomia, perspectiva, proporção, código Fibonacci, tudo se mistura.

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A artista considera que viver de arte não é fácil e, no Brasil, a situação se complica um pouco. “Sendo mulher, na minha juventude, era mais complicado ainda. Apesar de ainda estarmos longe do ideal, hoje o gênero feminino tem mais espaço no mercado. A gente vai seguindo em frente com paciência, perseverança e muito trabalho”.

Foi criada na infância pelos seus avós, seus grandes incentivadores. “Eles diziam que eu havia nascido com um pincel numa mão e um lápis na outra, visto que sou ambidestra”. Vê, na arte, mais que um dom, um presente de Deus e não tem para onde fugir, pois não se lembra de sua vida sem ela.

Quadros Anna Jankov

“A arte está dentro de mim. A cada quadro que faço, me entrego um pouquinho. E esse pouquinho é renovável a cada brilho no olhar de quem fica com ela”.

Anna Jankov

Participa intensamente, todos os anos, das Expedições da Oftalmologia Humanitária na Amazônia. Nelas, se encontram os melhores cirurgiões brasileiros, sob a orientação da Fundação Piedade Cohen – FUNDAPI de Manaus e do IPEPO – Instituto da Visão de São Paulo.

Nessas expedições, durante 10 dias de navegação no Rio Amazonas, são realizadas centenas de cirurgias de cataratas. Para quem não sabe, a catarata é uma doença causada, na maioria das vezes, só pelo envelhecimento. É como um vidro que embaça a tal ponto que a pessoa fica cega. O lado bom é que são casos quase sempre reversíveis”.

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Há cerca de 10 anos, Anna assistiu a sua primeira cirurgia de cataratas. “O paciente se deitou na maca completamente cego. Até meio descrente. 20 minutos depois, ele se levanta e começa a gritar: – Dr.! Eu estou vendo tudo CLARO! Eu estou vendo tudo CLARO!”. Aquela cena a emocionou. “Eu precisava exprimir essa emoção. Todo esse sentimento, difícil segurar as lágrimas, as dele, dos familiares e as minhas. Voltei para São Paulo com aquilo na cabeça. Como sempre, levo meus cadernos de desenho para todo lugar. E já no avião comecei a desenhar”. Um mês depois, criou o primeiro quadro da série ‘Um Claro Olhar’. “E o levei de presente para o Dr. Rubens Belfort Jr., nosso comandante nas expedições, a quem eu me refiro como CACIQUE da nossa tribo.” A partir daí, começaram os convites para os congressos, exposições.

Anna Jankov | CAPA | Fotografia: Revista Angel 

Do seu público, muitos são médicos oftalmologistas. Pela arte que desenvolve, já escutou de muitos desses oftalmologistas que suas obras são objeto de desejo. Isso é um grande reconhecimento de seu trabalho. As dificuldades e desafios são diárias. A primeira delas é ela mesma. É perfeccionista ao extremo, isso se reflete no seu trabalho. “Tento, na medida do possível, não tornar a vida das pessoas ao meu redor em um inferno, mas às vezes acho que meus assistentes querem me agarrar pelo pescoço. Brincadeiras à parte, levo as coisas com bastante seriedade e trabalho duro, física e intelectualmente”.

Como no Brasil não existe muito estímulo para os artistas plásticos, o patrocínio é algo inexistente. “E não tem jeito, para que tudo esteja certo, tenho que ter a inspiração certa, o acabamento perfeito, a moldura coerente, o montador competente etc. Tudo isso exige muito tempo, dedicação e investimento”.

Em seus projetos para o futuro, a artista pretende continuar com as missões humanitárias. Elas levam o ano inteiro para serem preparadas para dias de trabalho intenso, debaixo de sol ou de chuva (e às vezes os dois). Assim que acabam, ela já está sonhando em voltar para a Amazônia. “É muito gratificante ajudar as populações ribeirinhas. Muitas pessoas falam sobre a Amazônia, mas poucas realmente a conhecem. Os ribeirinhos, as tribos, os cheiros, as cores, os verdes, os azuis, os dourados, é lindo!”

Os lugares por onde anda acabam sendo verdadeiras fontes de inspiração. “A arte está em mim. Vive e respira dentro. Tem vontade própria. A cada quadro que faço, me entrego um pouquinho. E esse pouquinho é renovável a cada brilho no olhar de quem fica com ela”.

Anna é uma artista, uma mulher cheia de vida, energia e com muitos planos para a sua carreira. “A cada dia aparece uma inspiração nova. A minha cabeça não para. Todas as vezes que faço ou conquisto alguma coisa, eu agradeço e me pergunto se meus avós estariam orgulhosos disso. Se valeu o esforço deles em me incentivar nesse caminho. Se a resposta for positiva, fico em paz”.

Seu lema é nunca desistir. É isso que a impulsiona a trabalhar para ser lembrada com amor pelos seus filhos e marido e, para as pessoas em geral, como alguém que trouxe beleza ao mundo por meio da arte.

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